Autor: Franck Muíla
ISBN: 978-989-37-3382-0
páginas: 108
idioma: Português
Mesmo livres mas presos dentro da Mapunda.
Dizem que quarentena é uma coisa rara, que não aparece assim à toa tipo eclipse do sol ou da lua, tipo Dilúvio de Noé, tipo praga bíblica, tipo holocausto, tipo queda do Muro de Berlim, tipo Adolfo Hitler. Quarentena aparece em cada 100, 200 ou 500 anos. A última quarentena apareceu no ano da última Guerra Mundial, me disseram. Aí, então, parece foi pior. A morte era enviada não com um vírus Corona do Oriente, mas com aviões e tanques e blindados da Germânia, da URSS, da França, da América, da Inglaterra, do Japão, da África também.
Coitada da África. Também?!
A África sempre não faz nada, mas tudo ela é que paga e depois lhe pagam ainda mais para pedir desculpas. Ou melhor falando, as bombas caiam nessas terras aí, mas era a terra de África que sofria, estremecia e apanhava os estilhaços e sentia a dor, a quentura do fogo e inalava o fumo, e se tornava antigo combatente, veterano de uma guerra que não combateu.”