A procura da borboleta que não tinha nome - Manuela Vidal

O meu nome é Joana e tenho sete anos. Sou uma menina um pouco especial, pois gosto de coisas um pouco diferentes das que os outros gostam. Será que não ser como os outros é uma coisa má? Às vezes, sim, mas muitas vezes, não, porque temos a possibilidade de poder ver com outros olhos e conseguimos ultrapassar muitas barreiras. Passo o meu dia-a-dia entre a escola, a minha casa e as minhas descobertas e experiencias. Gosto de compreender como funciona o que me rodeia e fazer milhões de perguntas ao adulto que por vezes se chateia com o meu interrogatório.

Naquele dia, o céu estava cheio de nuvens e sentia o cheiro da chuva prestes a cair no chão. Pedi à minha mãe para calçar as minhas botas vermelhas e conseguir pôr os pés nas poças de água sem medo de me sujar. Que lindo dia para sair à rua e brincar nos caminhos de terra da minha linda aldeia. Estou pronta para a minha nova aventura e descobrir as maravilhas que nos oferece a natureza.

Por um segundo, a minha atenção foi desviada para o lado direito, onde vi uma linda borboleta de cor azul a voar entre as pingas da água. Parecia quase como se não estivesse ali, pois, com este tempo, elas habitualmente estão por baixo das folhas das árvores para não ficarem ensopadas. Linda, linda borboleta azul, qual será o teu nome? As tuas asas de cor do céu, com riscas muito suaves de um azulão mais marcado parecia um sonho. Estavas à minha espera? Qual seria o teu destino? Será que procuras a tua família e estás perdida nas ruas estreitas de Malcata? Tantas perguntas sem respostas.

Venham descobrir comigo a lenda da borboleta azul que não tinha nome, conhecer a minha bonita aldeia, os meus animais, tal como a familia de sapos, o meu gatão Caramelo…