O Guayrá foi uma efêmera província colonial espanhola instalada onde hoje fica o estado do Paraná, enquanto a coroa espanhola tentava ocupar o território criando algumas cidades, os jesuítas tratavam de criar vilarejos onde reuniam e catequizavam os índios guaranis, numa espécie de experiência socialista primitiva. A presença espanhola ali foi destruída em pouco tempo sob os ataques dos Bandeirantes de São Paulo, quando o território se tornou português e ficou praticamente abandonado e vazio por três séculos.
Nesse livro temos uma história que se passa no final do século 20; o autor cria um universo hipotético que mostra como poderia ter sido aquela província espanhola caso ela houvesse sobrevivido e se desenvolvido. É nesse cenário que aparece Nuno, um rapaz que vive há anos em Portugal, mas que nasceu no Guayrá. Num momento de falta de rumos e má sorte no amor, consegue, por acaso, retornar à sua terra natal para uma breve visita. Porém, essa viagem começa a se arrastar indefinidamente. Enquanto Nuno tenta se safar dos sucessivos entraves, vai conhecendo melhor a terra e seus habitantes, envolvendo-se cada vez mais com tudo e com todos, namorando a tragédia.