É sempre duro lembrar as coisas, você lentamente começa a ceder à fadiga diante das memórias, das grandes às mais pequenas. O que mais me preocupa é se terei algo a dizer além de coisas sobre mim mesmo, afinal, o que os homens têm a ver com minhas confissões, com minha história - poderão eles, por acaso, curar as minhas feridas? Lá no fundo, poderei descobrir que, quiçá, minha vida não tenha tido nada de extraordinário e mesmo em meu sofrimento eu tenha sido um ser absolutamente comum. Pois bem, que a verdade seja dita! De fato, eu não fui ninguém especial. Ninguém leu meus livros, de qualquer forma. Salvo estas páginas, em breve amareladas, não restará de mim nada além do pó. “Meu filho, de nós só restará o osso branco”, meu pai já dizia. O que me salvará então? O amor?