“Thiago Romaro se aventura no romance. Estreia em grande estilo.”
Assim deveria começar uma orelha, mas este livro não faz parte da tradição, portanto, a orelha tem que ser original. Mas a orelha é o que menos importa.
Leia logo, leia agora. Senta aí no chão da livraria e leia rápido porque você vai querer saber como ela volta, como ela chega. A história, não a Vicky.
Porque eu adoro ouvir conversas alheias. Porque eu adoro ouvir a conversa dos meninos.
E aqui, você ouve o que eles pensam e fazem e querem e amam e desejam e batem punheta e amam e sofrem e esperam e eu torço por eles. E se eu adoro ouvir, eu deveria ser a orelha mesmo. Porque é isso que uma orelha faz.
Olha lá dentro. No banheiro no quarto no bar ou na sala. Meninos onipresentes. São nossos filhos maridos namorados amigos parentes e vizinhos. Estão acordados. Tudo que eles precisam é do nosso ombro e da nossa orelha e se te interessar dá um pouquinho também da boca do olho do nariz da mão do sexo da massagem do carinho.
São homens que cresceram e se transformaram em meninos. Duvido você não se apaixonar.
Esse livro é tão gostoso de ler que dá vontade de morder. Com a orelha. Por que não?
lucimar mutarelli