Basta verificar a obra de grandes dramaturgos para perceber que muitos começaram com peças curtas: Molière, Martins Pena, Arthur Azevedo, Tchékhov, Strindberg, Pirandello, O’Neill.
Considerada por inúmeros mestres como a melhor disciplina para dramaturgos iniciantes, a técnica para escrever peças curtas é igualmente útil e necessária aos roteiristas. Em especial aos que desejam escrever para televisão. Filmes para TV e episódios de séries têm duração igual ou inferior a uma hora. Embora em contexto maior, mesmo os capítulos de telenovelas guardam algumas características de peças e roteiros curtos.
Este gênero impõe a elaboração de um único incidente significativo. Nisto, o dramaturgo ou roteirista sofre limitações e não pode criar maiores detalhes de caracterização além dos dois ou três personagens centrais. Muitas vezes apenas o/a protagonista ganha escopo mais humanizado.
Entretanto, a simples apresentação de um único incidente não se constitui em dramaturgia. É necessário que haja progressão ascendente (com riscos cada vez maiores) de causa e efeito, como nas peças e roteiros longos.