O senhor doutor Afonso Lima, um ilustre advogado, decidiu morrer numa sexta-feira, primeiro dia útil do ano e ainda dia do seu aniversário.
A irmã, uma velha senhora aristocrata, exige fazer um funeral à “altura do senhor doutor”, seu mano. Como resultado, o morto teve ao seu dispor uma urna de enormes proporções, um ataúde digno de qualquer marquês ou barão, que não coube na porta do jazigo, onde há noventa e oito anos o senhor doutor tinha um lugar cativo e à sua espera.
Ai as andanças e contradanças que se sucederam e as atribulações para enterrar, salvo seja, um doutor e os muitos factos que recordámos enquanto vivo e depois de morto, com petulantes bestas, asnos e idiotas a dar palpites!