Navegantes do Rio Peregrino
Ref: 9789893772621
Marca: Ipê das Letras
Disponibilidade: 71
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Descrição Geral
?(...) A escrita (de Zanoni Neves) é sóbria, corredia, sem nenhum penduricalho do
jargão ?universitês?, feita para esclarecer, partilhar, dividir, multiplicar com todos que
naquelas páginas ponham os olhos. Minha sensação é que Zanoni escreve
primordialmente para os filhos e netos dos remeiros e vapozeiros, os descendentes
daqueles que tangeram vapores e barcas pelas planícies aquáticas do Velho Chico.
Escreve para os descendentes de tropeiros, arrieiros, canoeiros, paqueteiros,
pescadores, carreiros, guieiros, carroceiros, boiadeiros, lameiros, barqueiros,
vaqueiros, marceneiros, carpinteiros, serradores, louceiras, seleiros, costureiras,
lavradores, roceiros de vazante - enfim, todos os que ali surgiam e para lá se dirigiam,
os que transportavam e consumiam víveres e objetos, os anônimos operários da
integração daquela parte do mundo com o mundo de outras partes. Como a dizer:
?Meninos, eis aí a obra de seus antigos. Orgulhem-se dela.? Escreve para ser
entendido pelos simples, mas não incorre no simplismo. Organiza suas palavras de
modo que haja nelas a informação imediata e o pensamento elevado, o raciocínio que
serve à percepção em começo e à fruição da complexidade.Ele (Zanoni Neves)
demonstra à saciedade a ligação do Vale do São Francisco com outras regiões. Não é
um texto místico, é uma tese universitária absolutamente centrada na realidade dos
fatos, na pesquisa do registro documental e oral, dos papéis de arquivos e
depoimentos dos personagens e testemunhas do quanto ali foi vivido e acontecido.
Para mim, o substrato do seu trabalho se traduz no verso de Gonzaga: ?Eu tenho um
coração maior que o mundo.? Está aí o significado de sua obsessão em contraste: não
é a aceleração violenta das emoções, é o sentimento de serena intensidade que se
alarga em viva estima pelos formadores da civilização barranqueira. Nisso ele
reproduz o curso do Velho Chico, tranquilo à flor do estilo como o rio à flor das águas,
porém denso e rumoroso na corrente interior, o subtexto pleno da intenção solidária e
do controle da expressão.? - José Antônio de Souza--------------------Resenha publicada
na REVISTA DA ARCÁDIA DE MINAS GERAIS Volume VI, em novembro de 2010.
Natural em Januária - MG, José Antônio de Souza é ensaísta, dramaturgo,
romancista.
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